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Decisão foi tomada nesta quarta-feira, 22, uma semana após a pasta ter orientado a suspensão da imunização deste grupo
Uma semana depois de ter recomendado a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19, o Ministério da Saúde voltou atrás e decidiu, na noite desta quarta-feira, 22, indicar o retorno da vacinação deste grupo. A medida ocorre poucas horas após a Anvisa ter concluído que o óbito de uma jovem de 16 anos, em São Paulo, não teve qualquer relação com a vacina da Pfizer que ela havia recebido poucos dias antes de morrer. De acordo com a agência, a garota sofria de Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), doença autoimune que bloqueia o fluxo de sangue para órgão vitais do corpo humano, como o cérebro, rins e o coração.
A decisão de suspender a vacinação do grupo de 12 a 17 anos foi criticada por governadores, especialistas e entidades ligadas à Saúde, como os conselhos de secretários da saúde dos Estados (Conass) e Municípios (Conasems), que cobraram resposta imediata da Anvisa.
Ao anunciar a retirada dos adolescentes sem comorbidades do Plano Nacional de Imunização (PNI), especificada em nota técnica no último dia 15, Queiroga havia justificado a medida com base na necessidade de investigar possível relação causal entre a vacina e o óbito da jovem registrado em São Paulo. No dia seguinte, 16, no entanto, o ministro admitiu, durante a tradicional live das quintas-feiras realizadas por Bolsonaro, que a decisão havia sido tomada a partir de orientação do presidente. Posteriormente, em conversa com a imprensa, o chefe da pasta negou que tenha agido sob pressão.
Antes mesmo de o Ministério recuar, o Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Ricardo Lewandowski, determinou, nessa terça-feira, 21, que a decisão sobre a imunização do público adolescente cabe exclusivamente aos municípios, estados e Distrito Federal, desde que as regras da Anvisa sejam respeitadas. Na decisão, Lewandowski pontuou que a campanha de imunização contra a Covid-19 no Brasil deve ser orientada por "evidências científicas e análises estratégicas pertinentes".